As mamães do século XXI estão cada vez mais adeptas ao parto na água, prática que é muito mais antiga do que parece.
Você já ouviu falar em parto na água? Essa é uma modalidade de parto humanizado que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo. Mas o que é o parto na água, como ele é feito, quais são os seus benefícios e riscos, e quem pode optar por ele?
Agora, você vai encontrar as respostas para estas e outras perguntas. Acompanhe e boa leitura!
O que é o parto na água?
O parto na água é uma forma de nascimento em que a mulher fica imersa em uma banheira ou piscina com água morna, e o bebê sai da barriga diretamente para a água.
Essa modalidade de parto é antiga e tem origem na Grécia Antiga, mas foi popularizada na década de 1970 pelo médico francês Michel Odent, que defendia os benefícios do parto na água para a mãe e o bebê.
O parto na água é considerado um parto natural e humanizado, pois respeita o ritmo e as escolhas da mulher, e proporciona um ambiente acolhedor e tranquilo para o nascimento do bebê. O parto na água também é chamado de parto subaquático, parto aquático ou parto imerso.
Como é feito o parto na água?
O parto na água pode ser feito em casa, em uma casa de parto, em uma clínica ou em um hospital. O fundamental é que haja uma estrutura adequada e uma equipe médica qualificada e preparada para eventuais emergências.
A banheira ou piscina deve ter espaço suficiente para a movimentação da mulher e do acompanhante, com a temperatura da água entre 36°C e 37°C.
A mulher pode entrar na água quando quiser, mas geralmente isso acontece quando ela está com cerca de 5 cm de dilatação. Ela pode ficar na posição que preferir, seja sentada, deitada, de cócoras ou de joelhos.
O bebê nasce na água e respira pelo cordão umbilical até ser levado à superfície pela mãe. Isso pode levar alguns segundos ou até um minuto, mas não há risco de afogamento, pois o bebê tem um reflexo que impede que ele respire enquanto está na água. O cordão umbilical deve ser mantido intacto até parar de pulsar, e depois pode ser cortado pelo pai ou pela equipe médica.
Após o nascimento, o bebê é colocado no colo da mãe, e ambos são cobertos com uma toalha ou um cobertor. A mãe pode amamentar o bebê na água ou fora dela, conforme a sua vontade.
A placenta pode ser expelida na água ou fora dela, dependendo do protocolo adotado pela equipe médica.
Mãe e bebê devem ser avaliados quanto aos seus sinais vitais e receber os cuidados necessários, como sutura, aspiração, oxigenação etc.
Quais são os benefícios do parto na água?
O parto na água traz benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Veja abaixo alguns deles.
Para a mamãe
Reduz a dor: a água morna tem um efeito analgésico e relaxante, que alivia a dor das contrações e da passagem do bebê pelo canal de parto.
Acelera e encurta o trabalho de parto: a água morna também estimula a liberação de ocitocina, um hormônio que favorece as contrações uterinas e a dilatação cervical.
Promove o relaxamento muscular: a água morna relaxa os músculos da pelve, facilitando a descida e a saída do bebê.
Facilita a movimentação: a água diminui o peso da mulher, permitindo que ela se mova com mais facilidade e encontre a posição mais confortável para o parto.
Diminui a necessidade de analgesia e de intervenções: o parto na água diminui a dor e o tempo de trabalho de parto, o que reduz a necessidade de anestesia e de intervenções como episiotomia (corte no períneo) e fórceps (instrumento usado para auxiliar a saída do bebê).
Para o bebê
Melhor oxigenação: a água morna aumenta o fluxo sanguíneo da mãe para o bebê.
Transição suave do útero para o ambiente externo: a água mantém a temperatura e a umidade do útero e evita mudanças bruscas de luz e som.
Maior vínculo com a mãe: a água favorece o contato pele a pele e a amamentação logo após o nascimento.
Quais são os riscos do parto na água?
O parto na água é uma prática segura e benéfica, desde que feito com responsabilidade e competência pelos profissionais de saúde.
No entanto, como todo parto, ele também pode apresentar alguns riscos, que devem ser prevenidos e tratados adequadamente. Alguns desses riscos são:
Infecção
A água pode estar contaminada por bactérias ou fungos causadores de infecções na mãe ou no bebê. Por isso, é importante que a água seja limpa, filtrada e tratada, e que a banheira ou piscina seja higienizada antes e depois do parto.
Aspiração
É importante que o bebê não fique além de um minuto submerso e que seja levado à superfície com cuidado e delicadeza, sem tocar no seu rosto ou nariz.
Hipotermia
O bebê pode perder calor rapidamente na água, o que pode causar hipotermia ou baixa temperatura corporal. Por isso, é importante que a água esteja na temperatura adequada e que o bebê seja coberto com uma toalha ou um cobertor ao sair da água.
Hemorragia
A mãe pode ter uma hemorragia pós-parto. Por isso, é importante que a mãe seja monitorada quanto ao seu sangramento e que receba a medicação e a assistência necessárias em caso de sangramento excessivo.
Quem pode optar pelo parto na água?
O parto na água é indicado para mulheres que tiveram uma gestação saudável e de baixo risco, sem pré-eclâmpsia, hipertensão, diabetes, parto de gêmeos, cesárea anterior ou outras complicações.
Essa não é uma opção para todas as mulheres, mas, sim, uma escolha pessoal e consciente. Por isso, é importante que a mulher se informe, se prepare e se sinta segura para optar pelo parto na água.
Como se preparar para o parto na água?
Se você está pensando em ter um parto na água, é preciso se preparar física e emocionalmente para essa experiência. Separamos abaixo algumas dicas.
Busque informações
Leia livros, artigos, blogs, assista a vídeos, documentários, depoimentos de outras mulheres que tiveram parto na água, e tire todas as suas dúvidas com o seu médico ou com a sua doula.
Escolha o local
Pesquise as opções de locais que oferecem o parto na água na sua cidade e visite-os pessoalmente. Conheça a estrutura, a equipe, o protocolo, o custo e as condições do parto na água em cada local.
Faça um pré-natal adequado
Faça todos os exames e consultas necessários para acompanhar a sua saúde e a do seu bebê, conforme as orientações do seu médico. Informe a ele que você deseja ter um parto na água, e verifique se você se enquadra nos critérios de elegibilidade.
Faça exercícios físicos
Pratique atividades que fortaleçam seus músculos, melhorem sua respiração, sua circulação, sua flexibilidade e sua disposição. Algumas opções são: caminhada, natação, hidroginástica, yoga, pilates etc.
Faça exercícios de relaxamento
Pratique técnicas de relaxamento que aliviem seu estresse, sua ansiedade, sua dor e sua tensão. Meditação, massagem, aromaterapia e música são algumas das opções.
O parto na água é uma forma de nascimento humanizado que pode trazer muitos benefícios para a mãe e para o bebê, mas que também requer cuidados e precauções.
Esperamos que este texto tenha sido útil e esclarecedor. Se você gostou, compartilhe com as suas amigas e futuras mamães.