Você já deve ter ouvido casos de mulheres que descobriram a gestação na hora do parto e, sim, isso é possível. Descubra tudo sobre a gravidez silenciosa.
Você já ouviu falar em gravidez silenciosa? Esse é um fenômeno raro, mas que pode acontecer com algumas mulheres, que não percebem que estão grávidas até o final da gestação ou até mesmo na hora do parto.
Isso pode parecer inacreditável, mas existem vários fatores que podem esconder os sintomas de gravidez silenciosa e dificultar o diagnóstico.
Nesta matéria, você vai aprender o que é a gravidez silenciosa, quais são os principais sintomas, o que pode causar essa condição, quais são os riscos para a mãe e o bebê e como prevenir e tratar essa situação. Acompanhe!
A gravidez silenciosa é aquela que não é sentida ou identificada pela gestante, normalmente sendo descoberta no terceiro trimestre ou no período de parto. Mesmo que não exista a ausência total de sintomas, alguns sinais típicos podem ser confundidos ou atribuídos a outras causas, como a TPM.
Em alguns casos, a mulher permanece tendo sangramentos e não apresenta saliência aparente na região da barriga. O bebê também pode se manter quieto durante o processo ou a placenta estar situada na frente do útero, o que dificulta a identificação dos movimentos do feto.
A gravidez silenciosa é uma condição rara que afeta cerca de 1 em cada 500 gestações, segundo um estudo realizado na Austrália.
Os sintomas de gravidez silenciosa podem variar de mulher para mulher, mas geralmente são muito sutis ou inexistentes. Confira abaixo alguns desses sinais.
Esse é o sintoma mais comum e mais evidente de uma gravidez, mas pode ser ignorado ou confundido com outras situações, como estresse, alterações hormonais, uso de medicamentos ou doenças ginecológicas.
Algumas mulheres podem ter sangramentos durante a gravidez, normalmente causados por diversos motivos, como a implantação do óvulo no útero, a formação da placenta, a dilatação do colo do útero ou alguma complicação na gestação.
Esses sangramentos podem ser confundidos com a menstruação ou com algum problema de saúde.
Esse sinal ocorre devido ao aumento dos hormônios e da circulação sanguínea na região. No entanto, esse sintoma também pode ser confundido com a TPM ou com alguma alteração mamária.
Esses sintomas costumam aparecer no primeiro trimestre da gravidez, podendo persistir até o final. Eles são causados pela elevação dos níveis de progesterona, que afeta o sistema digestivo.
Além de tudo, porém, podem ser confundidos com uma intoxicação alimentar, uma infecção ou uma alergia.
Trata-se de um sinal comum na gravidez silenciosa, pois no período de gestação o corpo da mulher está trabalhando mais para sustentar o desenvolvimento do bebê.
Além disso, a alteração hormonal e a diminuição da pressão arterial também contribuem para a sensação de fadiga. No entanto, esses sintomas também podem ser confundidos com anemia, depressão ou falta de sono.
Algumas mulheres podem sentir uma mudança nas suas preferências alimentares ou uma aversão a certos cheiros durante a gravidez. Isso pode ocorrer devido à alteração hormonal, que afeta os sentidos.
Mas esses sintomas também podem ser confundidos com uma gripe, sinusite ou enxaqueca.
Trata-se dos sinais mais evidentes - e emocionantes - da gravidez silenciosa, sendo percebidos geralmente a partir da 20ª semana de gestação.
No entanto, algumas mulheres podem não sentir os movimentos do bebê ou confundi-los com gases, cólicas ou espasmos musculares.
Como você pode ver, os sintomas de gravidez silenciosa podem ser muito difíceis de reconhecer, pois são muito parecidos com os de outras situações. Por isso, é importante que a mulher esteja atenta ao seu corpo e faça exames regulares para confirmar ou descartar uma gravidez.
Ela pode ocorrer em mulheres de qualquer idade, mas é mais comum em adolescentes, mulheres obesas, mulheres com ciclos menstruais irregulares ou que usam anticoncepcionais, mulheres com problemas psicológicos ou emocionais, além de mulheres que já têm outros filhos.
A gravidez silenciosa pode ter várias causas, que podem estar relacionadas a fatores físicos, hormonais, psicológicos ou sociais. Confira abaixo as principais delas.
Mulheres com ciclos menstruais irregulares, longos ou ausentes podem não perceber o atraso da menstruação, que é o principal sinal de gravidez. Isso pode ocorrer em mulheres que têm síndrome dos ovários policísticos, condição que afeta a ovulação e a produção de hormônios.
Mulheres que usam anticoncepcionais de forma contínua, como pílulas, injeções ou implantes, podem não menstruar ou ter sangramentos irregulares, o que dificulta a identificação de uma gravidez.
Além disso, o uso incorreto ou a falha dos métodos anticoncepcionais pode levar a uma gravidez indesejada.
Mulheres com excesso de peso podem não desenvolver uma barriga saliente durante a gravidez, pois o acúmulo de gordura no abdômen pode disfarçar o aumento do útero.
Além disso, a obesidade pode estar associada a alterações hormonais e menstruais, que também podem esconder uma gravidez.
Mulheres com músculos abdominais mais trabalhados - atletas, por exemplo - podem não desenvolver uma barriga saliente durante a gravidez, pois os músculos podem conter o crescimento do útero.
Além disso, essas mulheres podem ter uma maior resistência física e não sentir os sintomas de cansaço e sonolência da gravidez.
Mulheres de abdômen longo, ou seja, cujo espaço entre o umbigo e o osso púbico é maior do que a média, podem não desenvolver uma barriga saliente durante a gravidez, pois o útero pode crescer mais para cima do que para fora.
Além disso, essas mulheres podem ter uma menor sensibilidade aos movimentos fetais, pois o bebê pode ficar mais distante da parede abdominal.
Mulheres que fizeram uma cirurgia plástica no abdômen, como abdominoplastia, podem não desenvolver uma barriga saliente durante a gravidez, pois a pele e os músculos podem estar mais firmes e menos elásticos.
Além disso, essas mulheres podem ter uma menor sensibilidade aos movimentos fetais, pois podem ter perdido parte da inervação da região.
Mulheres cuja placenta se situa na frente do útero, ou seja, entre o bebê e a parede abdominal, podem não desenvolver uma barriga saliente durante a gravidez, pois a placenta pode amortecer o crescimento do útero.
Além disso, essas mulheres podem ter uma menor sensibilidade aos movimentos fetais, pois a placenta pode abafar os chutes e as mexidas do bebê.
Mulheres que possuem algum problema psicológico ou emocional que as impede de aceitar ou reconhecer uma gravidez podem negar a possibilidade de estar grávidas, de forma inconsciente, encarando os sinais como problemas intestinais, por exemplo.
Essa negação pode ser motivada por medo, vergonha, culpa, trauma, estresse ou baixa autoestima.
Como você pode ver, existem várias causas possíveis para a gravidez silenciosa, que podem estar relacionadas a fatores físicos, hormonais, psicológicos ou sociais.
Por isso, é importante que a mulher esteja atenta ao seu corpo e faça exames regulares para confirmar ou descartar uma gravidez.
O principal risco associado à gravidez silenciosa é que, pelo fato de não saber que está grávida, a mulher não faz acompanhamento pré-natal.
Ela também pode permanecer com os mesmos hábitos de vida, como consumo de álcool, alimentação inadequada e administração de medicamentos contraindicados, o que coloca a vida do bebê em risco.
Além de permitir a detecção de doenças já existentes no organismo da mãe e que podem atrapalhar a gestação, o pré-natal também consegue detectar um grande número de patologias congênitas e anomalias do desenvolvimento, podendo levar a uma melhora na capacidade terapêutica.
Confira abaixo alguns dos problemas que podem ser identificados e tratados durante o pré-natal.
É uma condição em que há uma diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue,responsáveis pelo transporte de oxigênio para as células. A anemia pode causar cansaço, fraqueza, palidez, falta de ar e tontura na mãe, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento do bebê.
É uma alteração do metabolismo da glicose que ocorre durante a gravidez, podendo causar complicações como hipertensão, pré-eclâmpsia, parto prematuro, macrossomia fetal (bebê grande demais), hipoglicemia neonatal (baixa de açúcar no sangue do bebê) e malformações congênitas.
Algumas infecções são transmitidas da mãe para o bebê durante a gravidez, podendo causar aborto, parto prematuro, baixo peso ao nascer, malformações congênitas e até morte fetal.
Algumas das infecções mais comuns são a toxoplasmose, a rubéola, a sífilis, o HIV, a hepatite B e C, o citomegalovírus, a herpes e a clamídia.
É uma elevação da pressão arterial, podendo causar complicações como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e morte fetal.
São alterações na formação ou no funcionamento de algum órgão ou sistema do bebê, que podem ser causadas por fatores genéticos, ambientais ou desconhecidos.
Algumas das malformações mais comuns são a fenda palatina, o lábio leporino, a espinha bífida, a hidrocefalia, a cardiopatia congênita e a síndrome de Down.
Não existem métodos específicos para prevenir uma gravidez silenciosa, mas é fundamental que a mulher realize um acompanhamento regular com um médico — especialmente para as que não menstruam ou têm um ciclo irregular. Consultas de rotina ao ginecologista ajudam a não ter surpresas.
Além disso, caso não deseje engravidar, é importante que a mulher use um método anticoncepcional adequado e eficaz. Ela também deve estar atenta aos sinais do seu corpo e fazer um teste de gravidez caseiro ou de sangue, se houver alguma suspeita de gestação.
Se a gravidez silenciosa for confirmada, a mulher deve procurar um médico o quanto antes, para iniciar o pré-natal e receber as orientações necessárias para ter uma gravidez saudável e segura.
Ela também deve adotar hábitos de vida saudáveis, como ter uma alimentação equilibrada, evitar o consumo de álcool, cigarro e drogas, praticar atividades físicas moderadas e evitar o estresse.
A gravidez silenciosa é um fenômeno raro, mas que pode, sim, acontecer. Por isso, é fundamental estar atenta ao seu corpo e fazer os exames regulares.
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