O leite materno, em sua fase inicial, é chamado de colostro e ele é indispensável para os primeiros dias de vida do bebê.
Considerado o alimento mais completo e adequado para os bebês, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, ele tem propriedades imunológicas, anti-inflamatórias e antioxidantes, que protegem o bebê contra diversas doenças e infecções.
Mas você sabia que esse alimento não é sempre igual? Ele passa por diferentes fases, de acordo com as necessidades do bebê em cada etapa da vida. A primeira fase é chamada de colostro materno, que é o leite produzido logo após o parto, até cerca de sete dias após o nascimento do bebê.
Agora, você vai descobrir o que é o colostro materno, qual a sua composição e por que ele é tão importante para a saúde do recém-nascido. Acompanhe!
O que é o colostro materno?
O colostro materno é um líquido espesso, amarelado e viscoso, que sai dos seios da mãe nos primeiros dias após o parto. Ele é produzido em pequena quantidade, mas é suficiente para alimentar o bebê, pois o seu estômago ainda é muito pequeno e comporta apenas entre 5 e 27 ml por mamada.
Ele é rico em proteínas, anticorpos, vitaminas, minerais e outros componentes bioativos, que têm um papel fundamental na imunidade e no desenvolvimento do bebê.
O colostro materno também ajuda a regular o funcionamento do intestino do recém-nascido, favorecendo a eliminação do mecônio (as primeiras fezes do bebê) e prevenindo a icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).
Qual a composição do colostro materno?
O colostro tem mais proteínas, menos gordura e menos lactose do que o leite maduro, que é produzido a partir do sétimo dia de amamentação. Isso faz com que ele seja mais fácil de digerir e mais adequado para as necessidades do bebê recém-nascido.
As proteínas presentes no colostro são principalmente imunoglobulinas - anticorpos que protegem o bebê contra vírus, bactérias e outros agentes infecciosos. Ele também contém lactoferrina, uma proteína que tem ação antibacteriana e anti-inflamatória, além da lisozima, enzima que ajuda a destruir as paredes celulares das bactérias.
Outra proteína importante no colostro materno é a caseína, que forma grumos no estômago do bebê e facilita a absorção dos nutrientes. A caseína também ajuda a manter o bebê saciado por mais tempo.
O colostro materno também é rico em vitaminas, especialmente a vitamina A, que tem um papel essencial na visão, na pele e no sistema imunológico do bebê. Além disso, contém vitamina E, vitamina C, vitamina B12, ácido fólico e biotina.
Os minerais presentes no colostro materno são principalmente sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio e zinco. Esses minerais são importantes para a formação dos ossos, dos dentes e dos tecidos do bebê. O zinco também tem uma função importante na cicatrização da pele e na prevenção de infecções.
Outros componentes bioativos presentes no colostro são os fatores de crescimento, que estimulam o desenvolvimento dos órgãos e dos tecidos do bebê; os oligossacarídeos, que são açúcares complexos que servem de alimento para as bactérias benéficas do intestino; os hormônios, que regulam o metabolismo e a função das glândulas; e as células vivas, como os leucócitos (glóbulos brancos), que combatem as infecções.
Por que o colostro materno é tão importante?
O colostro materno é considerado o primeiro alimento funcional da vida humana. Isso significa que ele não só nutre o bebê como também exerce diversas funções fisiológicas e biológicas que beneficiam a sua saúde.
Veja agora os motivos de sua importância.
Proteção contra infecções
O colostro materno é rico em anticorpos, que são transferidos da mãe para o bebê e conferem uma imunidade passiva. Esses anticorpos ajudam a prevenir doenças como diarreia, otite, pneumonia, meningite, septicemia e outras. Ele também contém outros componentes que têm ação antibacteriana, anti-inflamatória e antioxidante, que reforçam a defesa do organismo do bebê.
Desenvolvimento do sistema imunológico
O colostro materno possui fatores de crescimento que ajudam a amadurecer o sistema imunológico do bebê. Esses fatores estimulam a produção de células imunológicas, como os linfócitos, que são responsáveis pela imunidade específica. Ele também contém células vivas, como os leucócitos, que atuam diretamente na resposta imune.
Desenvolvimento do intestino
O colostro contém oligossacarídeos, que são açúcares complexos que servem de alimento para as bactérias benéficas do intestino. Essas bactérias formam a microbiota intestinal, que tem um papel importante na digestão, na absorção de nutrientes e na proteção contra patógenos. Ele também auxilia a formação de uma camada protetora na mucosa intestinal, que impede a entrada de substâncias nocivas ou alergênicas.
Eliminação do mecônio
O colostro materno possui efeito laxante, que ajuda o bebê a eliminar o mecônio (primeiras fezes). O mecônio é formado por restos de líquido amniótico, células mortas, bile e outras substâncias que podem causar icterícia se não forem eliminadas.
A icterícia, por sua vez, é uma condição caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos, causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue.
Prevenção contra hipoglicemia
O colostro contém lactose - açúcar que fornece energia para o bebê. A lactose estimula a liberação de insulina, que é um hormônio que regula os níveis de glicose no sangue.
Ele também contém hormônios como o cortisol e o glucagon, que ajudam a manter os níveis de glicose adequados. A hipoglicemia é uma condição caracterizada pela baixa concentração de glicose no sangue, que pode causar sintomas como tremores, suor frio, palidez e sonolência.
Criação de vínculo afetivo
O colostro é produzido logo após o parto, quando a mãe e o bebê estão em contato pele a pele. Esse contato favorece a liberação de ocitocina, hormônio que estimula a produção de leite e provoca sensações de amor, carinho e tranquilidade. Ele também ajuda na sucção do bebê, que é um reflexo natural e uma forma de comunicação entre ele e a mãe.
Como aumentar a produção de colostro materno?
A produção de colostro depende principalmente da demanda do bebê. Quanto mais ele mama, mais leite é produzido. Por isso, é importante oferecer o peito ao bebê sempre que ele quiser ou demonstrar sinais de fome, como levar as mãos à boca ou fazer movimentos com a língua.
Confira algumas dicas para aumentar a produção.
Amamentar na primeira hora após o parto
Isso ajuda a estimular a liberação de ocitocina e prolactina, que são os hormônios responsáveis pela produção de leite. Além disso, nesse período o bebê está mais alerta e receptivo à amamentação.
Amamentar em livre demanda
Isso significa oferecer o peito ao bebê sempre que ele quiser ou demonstrar sinais de fome. Não há necessidade de estabelecer horários ou intervalos fixos para amamentar. Quando a vontade bater, o bebê irá manifestá-la.
Após alguns dias, o colostro materno evolui naturalmente para o leite maduro. O importante é dar prioridade ao aleitamento materno, afinal, isso garante o desenvolvimento adequado do seu bebê.