A pré-eclâmpsia, ou doença hipertensiva específica da gravidez, é uma patologia que associa a hipertensão gestacional (pressão alta na gestação) a uma perda de proteína pela urina (proteinúria). Apesar de ser uma doença grave, ela pode ser controlada se for descoberta precocemente.
A doença aparece na segunda metade da gestação (20 semanas) e pode se manifestar após o parto. A pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia e causar sérias complicações à saúde da mamãe e do bebê. O pré-natal adequado e a correta aferição da pressão arterial são fundamentais para identificar e combater a doença.
O que caracteriza a pré-eclâmpsia?
Quando ocorre a pré-eclâmpsia, há liberação de proteínas na circulação sanguínea materna. Essas proteínas provocam uma resposta imunológica da gestante: as paredes dos vasos sanguíneos são danificadas e a consequência disso é o aumento da pressão arterial. O inchaço nas mãos, pernas, pés e rosto é um dos sintomas comuns da pré-eclâmpsia na gravidez, merecendo atenção por parte dos pais e profissionais da saúde.
Segundo o ginecologista e obstetra Rodrigo da Rosa Filho, as causas da pré-eclâmpsia na gravidez são desconhecidas: “Sabe-se que há fatores genéticos e ambientais (sociais, culturais, familiares e físicos) envolvidos. Mulheres com obesidade ou portadoras de hipertensão ou diabetes apresentam maiores riscos de desenvolvimento da pré-eclâmpsia na gravidez. O histórico de pré-eclâmpsia na gravidez aumenta o risco de que a mulher apresente novos episódios da doença em futuras gestações”, esclarece o médico.
Diagnóstico
Normalmente, o diagnóstico é feito a partir da 20ª semana de gravidez ou nos primeiros dias após o parto e se baseia no desenvolvimento de hipertensão arterial superior a 140 x 90 mmHg em um intervalo de 24 horas. No pré-natal, exames de urina e medição da pressão arterial são importantes para a descoberta da pré-eclâmpsia.
“Para ajudar na identificação precoce da doença, a gestante deve observar os sintomas: dores de cabeça, dor na região do fígado e inchaço, principalmente nas mãos e no rosto. Na pré-eclâmpsia grave, pode haver alteração de visão, vômitos e espuma na urina”, alerta Rodrigo.
Possíveis complicações para mãe e bebê
Como foi citado anteriormente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia, que provoca convulsões decorrentes da pressão arterial elevada. Outra complicação é a síndrome HELLP, na qual há alterações das enzimas do fígado. “Essas complicações são algumas das principais causas do parto prematuro. O atendimento adequado às gestantes, com exames, consultas, monitoramento e tratamento, além do reforço às orientações, é essencial para evitar problemas sérios que podem levar à mortalidade materna e fetal”, acrescenta o médico.
Prevenção
Apesar de as causas não serem conhecidas, a pré-eclâmpsia é uma doença que pode ser prevenida. A prática de atividade física (liberada), o controle de peso e o comparecimento às consultas pré-natais para tratar qualquer alteração da pressão ajudam a diminuir o risco da pré-eclâmpsia na gravidez.
Tratamento
O tratamento da pré-eclâmpsia na gravidez é feito por meio do uso de medicamentos específicos para diminuir a pressão arterial, monitoramento do bebê e controle do volume da urina.
Rodrigo da Rosa Filho é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP).