No momento em que você descobre que está grávida, vem junto aquela fome e diversas preocupações sobre o que pode ou não comer e de quanto em quanto tempo é indicado se alimentar. Essas dúvidas são algumas das que rondam a cabeça de toda mamãe neste momento tão esperado no qual a saúde merece mais cuidados.
Manter uma alimentação na gravidez que seja balanceada é essencial para a saúde da mãe e do bebê, já que ele precisará dos nutrientes para poder se desenvolver. “A má alimentação durante a gestação pode ter infinitas complicações. É importante ressaltar que durante este período todos os tecidos, órgãos e DNA do bebê estão em formação e a carência de um nutriente ali pode trazer prejuízos que a ciência ainda nem conhece em sua totalidade. Por isso, eu sempre digo às gestantes que tentar garantir o máximo de nutrientes e variedade na alimentação é essencial para a saúde dela e do bebê a curto, médio e longo prazo”, afirma a nutricionista Thais Camuzzo, especialista em nutrição materno infantil.
Em uma pesquisa publicada pelo Archives of Diseases in Childhood Fetal & Neonatal Edition, no qual mais de 19 mil mamães americanas que tiveram seus filhos entre 1997 e 2009 foram entrevistadas, os pesquisadores avaliaram as dietas dessas mulheres no ano anterior à gravidez e concluíram que metade dela havia tido filhos saudáveis e a outra metade tinha tido filhos com graves problemas cardíacos. Comparando os dois grupos, os cientistas notaram que as mamães que possuem uma alimentação melhor têm menos chance de ter bebês com problemas de coração.
Para a nutricionista, comer bem significa manter uma alimentação na gravidez diversificada, além de evitar produtos industrializados. “Variar a alimentação é essencial. [...] Manter-se ativa durante a gestação é muito importante para saúde de mãe e bebê e consumo adequado de água também”, aponta.
Diante daquela vontade de sair comendo tudo que vê pela frente, como escolher o que pode e o que é preciso evitar? A nutricionista Thais Camuzzo dá algumas dicas para a alimentação das novas mamães:
● Castanhas contam com altíssima densidade nutricional, com muitos micronutrientes, fibras e gorduras insaturadas;
● Além de proteínas de alto valor biológico, ovos são ricos em colina, um nutriente muito importante para a formação do sistema nervoso do bebê, que está em alto desenvolvimento durante a gestação;
● A quinoa é um dos alimentos mais completos que existe, também tem muita concentração de vitaminas e minerais, além de proteínas de boa qualidade. É também rica em fibras, o que ajuda no funcionamento do intestino da gestante;
● As folhas verde escuras são muito ricas em ferro e ajudam a prevenir anemia, o que pode ser um complicador durante a gestação. O ponto mais importante e curioso é o seu sabor amargo, que permite com que as mamães possam ir “treinando” o paladar do bebê, via líquido amniótico, a aceitar estes sabores depois do nascimento;
● Cereais integrais, como arroz integral, aveia e amaranto, são alimentos ricos em vitaminas do complexo B, essenciais para as divisões celulares pelas quais o bebê está passando;
● Bebidas alcoólicas não são recomendadas em hipótese alguma, pois podem influenciar negativamente na formação do bebê.
● É recomendável ter cautela no uso de adoçantes de uma forma geral, pois podem influenciar na saúde do bebê;
● Bebidas com cafeína devem ser consumidas com moderação, já que, em excesso, pode causar sérias alterações, como diminuição do crescimento do bebê e até mesmo prematuridade;
● As gestantes também devem estar muito atentas às condições de higiene dos alimentos, tendo cuidado redobrado quando se alimentarem na rua.