O dente de leite é rico em um tipo muito especial de células-tronco, chamadas de células mesenquimais. Essas células, encontradas na polpa do dente de leite, são capazes de regenerar e formar novos tecidos, como ossos, músculos, cartilagem, gorduras, pele, neurônios e vasos sanguíneos. Por isso, as células-tronco do dente de leite têm sido uma das alternativas para a medicina regenerativa. As células-tronco do dente de leite armazenadas hoje poderão ser utilizadas para o tratamento de doenças no futuro.
As células-tronco mesenquimais reduzem inflamações e combatem doenças degenerativas (perda das funções vitais e autoimunes — o sistema imunológico do corpo ataca as células saudáveis), como diabetes, infarto do miocárdio (ataque cardíaco), doenças pulmonares e lesões nos ossos, nas articulações e na pele. De acordo com Eder Zucconi, Diretor Científico da StemCorp, as células-tronco atuam como uma “farmácia inteligente”, porque entendem o que um determinado local do corpo precisa. “Hoje estudos mais avançados mostram ser possível moldar um órgão para uma pessoa com suas próprias células-tronco, o que, futuramente, vai evitar a fila de transplantes”, acrescenta.
Células-tronco do dente de leite x células-tronco do cordão umbilical
Eder Zucconi esclarece que existem dois tipos de células-tronco distintas no cordão umbilical: hematopoiéticas e mesenquimais. As primeiras se transformam apenas em sangue e servem somente para o tratamento de doenças hematológicas (doenças no sangue). Já as mesenquimais, que são essas da polpa dos dentes, também estão presentes no tecido do cordão umbilical e na gordura. “A coleta dessas células através da polpa do dente de leite é a melhor alternativa para os pais que perderam a oportunidade de coletar o cordão umbilical de seus filhos durante o parto ou que coletaram apenas o sangue”, aconselha o diretor.
Células-tronco do dente de leite: quando e como armazenar
A troca de dentição da criança costuma ocorrer entre 5 e 12 anos de idade. Quando o dentinho da criança começa a amolecer, os papais já podem se programar para realizar o armazenamento das células-tronco do dente de leite. Esse é o momento ideal para procurar uma empresa especializada* em tecnologia de células-tronco. “Quanto mais cedo for realizada a coleta e o armazenado, melhor. Isso porque, à medida que o tempo passa, as células envelhecem.
Passo a passo do armazenamento
Ao procurar uma clínica especializada*, um kit é enviado aos pais com as instruções para a coleta do dentinho, que pode ser realizada no momento em que o dente cair ou no consultório de um odontopediatra. O médico avalia quais são os dentes mais saudáveis e evita a coleta de um dente com pouca polpa, além de reduzir o risco de contaminações. Depois que o dentinho da criança é coletado e chega ao laboratório, a polpa passa por uma avaliação. As células-tronco encontradas na polpa do dente de leite são colocadas em cultivo para que ocorra uma multiplicação.
Após a finalização deste procedimento, dentro de poucas semanas, as células passam por um processo de congelamento e são armazenadas individualmente, em tanque de nitrogênio líquido a -196 °C. Não existe um prazo de validade predeterminado, uma vez que elas passam por um procedimento correto de congelamento.
*Antes de contratar uma empresa especializada, faça uma pesquisa completa sobre os procedimentos e o histórico da clínica.