Cicatrização cesariana: recuperação e cuidados

Cicatrização cesariana: recuperação e cuidados

Cicatrização cesariana

O processo de cicatrização cesariana é um dos grandes medos de gestantes que optam por esse tipo de parto. 

 

O nascimento de um filho é um momento muito especial, cheio de alegria, entusiasmo e amor. A mãe cria uma forte conexão com o bebê ainda na barriga e tende a ficar bastante ansiosa com sua chegada. Por outro lado, a hora do parto pode vir acompanhada de grandes dúvidas e receios, especialmente no que diz respeito à cicatrização cesariana. O pós-parto requer alguns cuidados indispensáveis para que a família possa aproveitar a nova fase sem maiores preocupações.

Sendo assim, as futuras mamães tendem a trazer dúvidas e receios com a cicatrização cesariana, seja por razões estéticas ou não. A boa notícia, porém, é que o tema não se trata de um "bicho de sete cabeças", bastando ter atenção e realizar alguns simples procedimentos para que o organismo se regenere de forma rápida e segura.

 

Por que a cesariana pode ser indicada?

Parto cesariano

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cesariana passa a ser recomendada quando o parto normal potencializa o risco de complicações, como no caso da posição pélvica (quando o bebê não se encaixou adequadamente para nascer de forma natural ou está sentado) ou de gestantes com diabetes e pressão alta.

Quando há riscos para o bebê, como por exemplo quando o cordão umbilical está enrolado no pescoço da criança ou está antes de sua cabeça, quando os batimentos cardíacos dele reduzem durante o trabalho de parto, ou ainda quando é constatada má-formação, também é preciso recorrer à cesariana.

Entretanto, muitas mulheres, por medo de enfrentar as dores do parto normal, optam pela cesariana desde o início da gravidez. É claro que, em casos como esse, elas são acompanhadas e devidamente orientadas pelo médico responsável por todo o pré-natal. Por isso, o Brasil está no topo do ranking mundial de cesarianas. Desde 2016, o Ministério da Saúde trabalha com um protocolo de incentivo ao parto normal, para que o número de cesarianas desnecessárias seja reduzido no país.

 

De que forma é feita a cesariana?

Nascimento após cesariana

 

Embora a mãe fique consciente durante todo o parto, ela não sente nenhuma dor. Isso porque no caso da cesariana, a anestesia raquidiana é aplicada na coluna, mantendo a sensação de dormência da barriga até os membros inferiores. É extremamente raro usar anestesia geral para o procedimento, mas pode ocorrer em situações emergenciais.

A cirurgia em si, consiste em uma incisão (corte no abdômen e no útero) feita de forma horizontal cerca de 3 centímetros acima da sínfise púbica, normalmente atinge entre 10 e 12 centímetros de comprimento. Ao todo são cortadas sete camadas, incluindo a pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal, peritônio visceral e útero.

O procedimento é considerado rápido, durando aproximadamente 45 minutos, sendo a maior parte dedicada às suturas para o fechamento das camadas. Essas informações podem soar um pouco assustadoras, mas na realidade a recuperação e retirada dos pontos leva em torno de apenas duas semanas. Por isso, o ideal é se tranquilizar para o momento do parto, seja ele normal ou cesariana. Conte com seu obstetra durante todo o processo para entender todas as possíveis complicações e se prevenir.

 

Confira tudo sobre a cicatrização cesariana

Cicatrização cesariana visível

 

Para uma cicatrização cesariana rápida e tranquila, alguns cuidados se fazem necessários. Em primeiro lugar, as orientações do seu médico devem ser seguidas à risca. Durante 15 dias, é recomendado que a nova mamãe permaneça em repouso e não faça esforços.

A higienização local deve ser feita com água e sabonete, tendo atenção para manter a cicatriz bem sequinha após o processo. Caso o médico não tenha prescrito pomadas ou cremes, jamais utilize por conta própria, pois podem provocar reações adversas. Caso a cicatriz apresente inchaço, vermelhidão e secreção, procure seu obstetra. É importante não deixar a região exposta ao sol por, no mínimo, seis meses, caso contrário a cicatriz pode assumir um tom escurecido.

Nas primeiras duas semanas, durma de barriga para cima, com apoio nas pernas (um travesseiro robusto, por exemplo), para não esticar ou sobrecarregar o local da cirurgia durante o sono. Especialmente neste período, se sentir febre acompanhada de dor, o médico deve ser procurado o quanto antes para descartar quadros infecciosos ou qualquer outra complicação.

Em alguns casos, durante o processo de cicatrização cesariana, a mulher pode ser orientada logo após o parto a utilizar uma cinta de compressão. Esse utensílio tem como objetivo evitar o acúmulo de líquidos indesejáveis (seroma) na região do corte.

Os bons hábitos alimentares são muito importantes nesse período, a dieta deve ser balanceada, priorizando as fibras para facilitar o trânsito intestinal. Os alimentos gordurosos, industrializados e com farinha branca devem ser evitados ao máximo. Isso porque podem provocar prisão de ventre, acúmulo de gases e diarreia. Esses efeitos são acompanhados de dor abdominal, que refletem diretamente no local da cirurgia. A ingestão de líquidos é indispensável para manter o corpo bem hidratado.

Mãe segurando o bebê, com cicatrização cesariana à vista

 

O acompanhamento médico no pós-parto é muito importante, para além da cicatrização cesariana, em alguns casos pode ser preciso incluir suplementação de ferro para compensar as perdas hemáticas e de cálcio, quando há uma defasagem desse nutriente devido a amamentação.

Muitas mulheres relatam que, após a cirurgia cesárea, o local da cirurgia fica dormente ou ganha a sensação de formigamento. No entanto, este é um sintoma passageiro. Essa sensação é chamada de parestesia e ocorre devido a ruptura de algumas terminações nervosas no ato do corte. Todavia, com a recuperação do organismo, a região volta a ser sentida, ainda que leve até um ano para isso.

 

Posso ter queloide na cicatriz?

Mulher apalpando região próxima à cicatriz cesariana

 

Muitas mulheres que se submetem à cesariana, temem que a cicatriz fique mais saliente e com o aspecto avermelhado. Isso acontece quando se forma uma queloide, isto é, há um excesso de proteína (colágeno) na pele durante o processo de cicatrização. É difícil prever quando isso vai acontecer, uma vez que se trata da resposta individual do organismo. Mas pode ter relação com o material cirúrgico utilizado, com a técnica de corte ou com a predisposição genética.

Além do incômodo estético, quando existe queloide na cicatrização cesariana, pode haver alguns sintomas desconfortáveis, como dor e coceira no local. Porém, ao contrário do que muitos pensam, é possível suavizar a cicatriz hipertrófica com procedimentos que envolvem lasers e infiltrações. Basta procurar um dermatologista para definir o melhor tratamento.

 

Riscos do parto cesariano

Equipe médica realizando parto

 

Assim como qualquer cirurgia de grande porte, a cesariana pode trazer alguns riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê. É justamente por isso que a OMS trabalha para reduzir o índice de partos desse tipo realizados de forma desnecessária. Hoje, a taxa de cesarianas no Brasil gira em torno de 25%, enquanto em um cenário ideal não deveria ultrapassar 15%.

Como o bebê é retirado do útero de uma forma não natural, ele pode desenvolver alguns problemas respiratórios. Mesmo com o agendamento do parto para a última semana possível, é como se a criança ainda "não estivesse pronta para nascer". Dito isso, a cesariana deve ser realizada apenas em último caso. A mãe, por sua vez, está sujeita a complicações, como:

 

  • Hemorragia;

  • Trombose;

  • Infecções;

  • Acretismo placentário (quando a placenta gruda no útero);

  • Endometriose (desenvolvimento anormal do tecido externo do útero);

 

Além disso, o vínculo inicial entre a mãe e o filho pode ser abalado devido à falta de naturalidade do parto. Por exemplo, o organismo da mulher não "entende" que precisa amamentar, o bebê precisa sugar o peito até o leite descer, o que pode levar dias. Em casos mais drásticos, a mãe não consegue amamentar e por isso precisará recorrer a bancos de leite e suplementação para o pequeno.

 

Tempo de resguardo pós-cesariana

O carinho da família é fundamental para o pós-cesariana

 

Devido ao desconforto, a dor, os cuidados pós-parto e a cicatrização cesariana, a mulher pode precisar de, pelo menos, 6 semanas - ou mais - para retomar as atividades sexuais. Antes disso, haveria ainda o risco de ruptura dos pontos e outros malefícios. Dessa forma, a relação sexual deve ocorrer apenas após as consultas de revisão e a liberação médica.

 

Cuidados adicionais

Como a mãe precisará de um bom período de repouso, especialmente para que não haja intercorrências na cicatrização cesariana, é indispensável contar com uma rede de apoio. Amigos e familiares devem se fazer presentes para ajudá-la com o bebê e com as atividades diárias.

Para reduzir a dor e o inchaço no local do corte, é possível aplicar gelo na região, mas sempre envolto por um pano limpo para evitar que a cicatriz fique molhada. Podem ser feitos ciclos de 15 minutos a cada 4 horas. Durante os primeiros 15 dias, a mulher pode fazer 5 minutos de caminhada leve para fortalecer a musculatura e ajudar na recuperação. Exercícios físicos prolongados podem ser realizados apenas após um mês e meio.

Mãe e bebê

 

Com o aval do médico para a atividade física, a nova mamãe pode começar a fazer ginástica hipopressiva e prancha abdominal para evitar a flacidez na região da barriga. Agora que você sabe tudo sobre esse tipo de parto e como ter uma cicatrização cesariana rápida e segura, basta se tranquilizar para o momento do parto. Mas lembre-se sempre de seguir as orientações do seu médico.

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